A MALA DA CAIN

A MALA DA CAIN

A MALA DA CAIN


Muitas CAINs me perguntam o que devem levar para as consultas presenciais. No inicio tens a tendência de ir de mala cheia para estares preparada para tudo o que possa surgir. Com a experiência esse arsenal tende a diminuir mas, pelo sim, pelo não, mais vale ter tudo preparado em caso de necessidade.


O que é colocado na tua mala dependerá da consultora, do seu tipo de trabalho e da situação em si. Se tiveres conhecimento prévio do contexto da mãe a quem vais realizar a consulta, conseguirás perceber melhor o que será preciso levar. Falando genericamente, partilho contigo o que tenho preparado para uma consulta presencial.


MAMA DE BORRACHA


A típica e básica mama de borracha, do género bola anti-stress é muito útil para demonstrar várias técnicas e outros pormenores à mãe. Podes exemplificar várias formas de agarrar a mama, a expressão manual ou até mesmo para falar sobre os tubérculos de Montgomery!


MAMINHAS EM CROCHÉ


Para além deste conjunto cumprir com objectivos educativos semelhantes aos da mama de borracha, é composto por 4 maminhas, cada uma com um tipo diferente de mamilo: invertido, raso, normal e protuso. Por isso, este produto projectado pela Leva-me ao Colo também é óptimo para ajudar a mãe a perceber que o tamanho do mamilo não é relevante para uma boa pega.


MAMINHA DIDÁTICA


Uma crença que muitas mães têm é de que quanto maior for a mama, maior será a capacidade desta produzir leite. É um mito, não há correlação. O tamanho da mama é determinado pelo tecido adiposo e não pelo tecido glandular (que produz e transporta o leite). Nem o crescimento da mama durante a gestação é um indicador confiável da sua capacidade de lactação e de quantidade de tecido secretor presente. Para explicar temas como este às mães e às suas famílias, nada melhor que um exemplo visual simplificado, com os seus ductos e lóbulos no interior da mama! Foi assim que nasceu a maminha didática da Leva-me ao Colo. Ajuda a mãe a compreender a fisiologia da mama e do processo de produção de leite.


COLETOR DE LEITE


Algo que considero indispensável é o coletor de leite materno, seja para mães no início da amamentação, seja numa fase mais avançada. Devido ao reflexo de ejeção de leite, pela estimulação da sucção do bebé, é muito comum acontecer que a mama onde o bebé não está a mamar pingue leite. Se para algumas mães a quantidade pode não ser significativa, para outras pode vir em maior fluxo e deixar a roupa (incluindo a do bebé) toda molhada. Os discos não são suficientes e depressa ficam ensopados. As conchas são muito rígidas e podem não fixar bem na mama.

Sugiro o uso do coletor como um 2 em 1: resolve a situação do reflexo de ejeção do leite e aproveita o leite que fica no coletor para oferecer posteriormente ao bebé, ou até iniciar o seu stock de leite! Eu, por exemplo, sem programar isso naquela altura em específico, iniciei o stock de leite do Tomás dessa forma.

Pensando a longo prazo, quanto mais a mãe usar o coletor, maior será o estímulo (indireto) de produção. É outra mais-valia. Atenção que o coletor não é uma bomba extratora, nem a ela se compara. Os objetivos do seu uso são bem distintos. A diferença é que a bomba estimula, de fato, a produção de leite efetiva, e o coletor apenas extrai o que a mama está a produzir naquele momento.


ROSQUINHAS DE AMAMENTAÇÃO


As rosquinhas de amamentação são muito usadas em outros países e a Leva-me ao Colo foi pioneira na sua introdução no mercado em Portugal. São um utensílio que protege os mamilos e a aréola do atrito com os tecidos (soutien/roupa), aliviando a sensibilidade e absorvendo o leite que pode vazar do peito. O buraco da rosquinha encaixa no mamilo e protege-o, não encosta no tecido e permite a adequada ventilação da região. São super macias, confortáveis, laváveis e uma excelente opção em detrimento de outras, como os discos absorventes ou as conchas de amamentação.


SERINGAS E SONDAS


As seringas, as sondas e a fita adesiva fazem parte do kit a levar para a consulta presencial em casos de relactação ou outros em que se justifique a abordagem desta técnica. Se for o caso de um recém-nascido, a seringa (sem a sonda) pode ser útil para alimentar o bebé, por exemplo.


COPINHO


O copinho pode ser útil para ajudar um recém-nascido a alimentar-se, quando te deparas com situações em que ele não o consegue fazer diretamente na mama. Gosto daqueles que têm uma pequena graduação e uma ligeira inclinação onde o bebé coloca a língua, para direccionar o leite.


VÍDEOS

Apesar de se tratar de consulta presencial, há aspetos que são de melhor perceção se apresentados através de vídeos, como é o caso dos vários pormenores a ter em conta para uma pega correta. Por isso, ter esses vídeos à mão, no telemóvel ou no tablet, é imprescindível, mesmo em contexto presencial. Posteriormente, podes enviar à mãe para rever e/ou para mostrar ao pai e à família, e terão sempre aquela referência para corrigir a pega do bebé, ao longo do seu percurso de amamentação.


DOCUMENTOS DE SUPORTE


Não te esqueças de levar algo essencial para que a tua consulta e o teu acompanhamento sejam bem sucedidos: a ficha de anamnese e o plano de intervenção! Podem levar impressos ou em formato digital, no telemóvel ou no tablet. O importante é que através deles consigas recolher a informação pertinente e, depois, organizar o plano que a mãe deve seguir, numa primeira fase.

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